Impressionismo
Expressionismo
Pos Impressionismo
Neo Impressionismo
Fauvismo
Cubismo
Abstracionismo
Introdução
Há
controvérsias sobre os limites temporais do moderno e alguns de seus
traços distintivos: como separar clássico/moderno, moderno/contemporâneo,
moderno/pós-moderno. Divergências à parte, observa-se uma tendência em
localizar na França do século XIX o início da arte moderna. A experiência
urbana - ligada à multidão, ao anonimato, ao contingente e ao transitório
- é enfatizada pelo poeta e crítico francês Charles Baudelaire (1821 -
1867) como o núcleo da vida e da arte modernas. O moderno não se define pelo
tempo presente - nem toda a arte do período moderno é moderna -, mas por uma
nova atitude e consciência da modernidade, declara Baudelaire, em 1863, ao
comentar a pintura de Constantin Guys (1802 - 1892). A modernização de Paris -
traduzida nas reformas urbanas implementadas por Haussmann, entre 1853 e 1870 -
relaciona-se diretamente à sociedade burguesa que se define ao longo das
revoluções de 1830 e 1848. A ascensão da burguesia traz consigo a indústria
moderna, o mercado mundial e o livre comércio, impulsionados pela Revolução
Industrial. A industrialização em curso e as novas tecnologias colocam em crise
o artesanato, fazendo do artista um intelectual apartado da produção. "Com
a industrialização, esse sistema entra em crise", afirma o historiador
italiano Giulio Carlo Argan, "e a arte moderna é a própria história dessa
crise."
O trajeto da arte moderna no século XIX
acompanha a curva definida pelo romantismo, realismo e impressionismo. Os românticos assumem uma atitude crítica em
relação às convenções artísticas e aos temas oficiais impostos pelas academias de arte, produzindo pinturas históricas sobre
temas da vida moderna. A Liberdade Guiando o Povo (1831), de Eugène
Delacroix (1798 - 1863), trata da história contemporânea em termos
modernos. O tom realista é obtido pela caracterização individualizada das
figuras do povo. O emprego livre de cores vivas, as pinceladas expressivas e o
novo emprego da luz, por sua vez, recusam as normas da arte acadêmica. O realismo de Gustave Courbet (1819 -
1877) exemplifica, um pouco mais tarde, outra direção tomada pela representação
do povo e do cotidiano. As três telas do pintor expostas no Salão de 1850, Enterro
em Ornans, Os Camponeses em Flagey e Os Quebradores de Pedras,
marcam o compromisso de Courbet com o programa realista, pensado como forma de
superação das tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos,
mitológicos e religiosos.
O
rompimento com os temas clássicos vem acompanhado na arte moderna pela
superação das tentativas de representar ilusionisticamente um espaço
tridimensional sobre um suporte plano. A consciência da tela plana, de seus
limites e rendimentos inaugura o espaço moderno na pintura, verificado
inicialmente com a obra de Éduard Manet (1832 - 1883). Segundo o crítico
norte-americano Clement Greenberg, "as telas de Manet tornaram-se as primeiras
pinturas modernistas em virtude da franqueza com a qual elas declaravam as
superfícies planas sob as quais eram pintadas". As pinturas de Manet, na
década de 1860, lidam com vários temas relacionados à visão baudelairiana de
modernidade e aos tipos da Paris moderna: boêmios, ciganos, burgueses
empobrecidos etc. Além disso, obras como Dejeuner sur L´Herbe [Piquenique
sobre a relva] (1863) desconcertam não apenas pelo tema (uma mulher nua, num
bosque, conversa com dois homens vestidos), mas também pela composição formal:
as cores planas sem claro-escuro nem relevos; a luz que não tem a função de
destacar ou modelar as figuras; a indistinção entre os corpos e o espaço num só
contexto. As pesquisas de Manet são referências para o impressionismo de Claude
Monet (1840 - 1926), Pierre Auguste Renoir (1841 - 1919), Edgar Degas (1834 -
1917), Camille Pissarro (1831 - 1903), Paul Cézanne (1839 - 1906), entre muitos
outros. A preferência pelo registro da experiência contemporânea, a observação
da natureza com base em impressões pessoais e sensações visuais imediatas, a
suspensão dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas
e justapostas, o aproveitamento máximo da luminosidade e uso de cores
complementares favorecidos pela pintura ao ar livre constituem os elementos centrais de
uma pauta impressionista mais ampla explorada em distintas dicções. Um
diálogo crítico com o impressionismo estabelece-se, na França, com o fauvismo de André Derain (1880 - 1954) e Henri Matisse
(1869 - 1954); e, na Alemanha, com o expressionismo de Ernst Ludwig Kirchner (1880 - 1938),
Emil Nolde (1867 - 1956) e Ernst Barlach (1870 - 1938).
O termo arte moderna engloba as vanguardas européias
do início do século XX
Cubismo, construtivismo,surrealismo, dadaísmo, suprematismo,neoplasticismo, futurismo etc. - do mesmo modo que acompanha o
deslocamento do eixo da produção artística de Paris para Nova York, após a
Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), com o expressionismo abstrato de Arshile Gorky (1904 - 1948) e
Jackson Pollock (1912 - 1956). Na Europa da década de 1950, as
reverberações dessa produção norte-americana se fazem notar nas diversas
experiências da tachismo. As produções artísticas das décadas de 1960 e
1970, segundo grande parcela da crítica, obrigam a fixação de novos parâmetros
analíticos, distantes do vocabulário e pauta modernistas, o que talvez indique
um limite entre o moderno e o contemporâneo. No Brasil, a arte moderna -
modernista - tem como marco simbólico a produção realizada sob a égide da Semana de Arte Moderna de 1922. Já existe na crítica de
arte brasileira uma considerável produção que discute a pertinência da Semana
de Arte Moderna de 1922 como divisor de águas.
Impressionismo e expressionismo
Eles
deflagraram uma revolução com uma explosão de luz, cores e movimento. A
vibração de suas telas provocou os críticos, desafiou convenções e gerou
escândalo. Depois de um século e meio, eles estão entre os artistas mais
influentes e reverenciados de todos os tempos.
Monet, detalhe do
quadro Water lilies
Durante
o século XIX, a civilização ocidental viveu profundas transformações envolvendo
mudanças procedentes de fatos como o desenvolvimento tecnológico do processo
produtivo industrial, a difusão desse processo pela Europa e a consequente
reorganização urbana e social. Além disso, o período foi marcado pela
instabilidade das monarquias europeias, pelo enfraquecimento da influência da
Igreja e pelas dificuldades dos sistemas representativos de governo em se
consolidar. O quadro pode ser completado com a velocidade estonteante que o
avanço científico apresentava juntamente com as adversidades do capitalismo,
que também colaboravam para a formação do desconhecido cenário, no qual novas e
importantíssimas propostas estéticas se cumpririam.
É
nesse meio e durante a segunda metade do século XIX, na França, que o movimento
impressionista revolucionaria sobremaneira o cenário artístico mundial,
especialmente na pintura, determinando, inclusive, o percurso das tendências
artísticas produzidas no século XX.
Os
pintores impressionistas romperam com os paradigmas sobre a maneira de
representar da pintura que vinha sendo produzida e que seguia a tradição
acadêmica. Foram magnificamente visionários e radicais para o seu tempo.
Escolheram
retratar, como tema para suas pinturas, cenas encontradas no cotidiano, muitas
das quais eram geralmente pouco notadas. Isso era uma postura contrária aos
fatos históricos escolhidos como temas e aos ideais estéticos que foram
definidos pelos artistas que os antecederam. Porém, a grande novidade desses
pintores se deu muito além da escolha de seus temas, pois apresentaram profunda
inovação ao mudar a maneira de constituir seu processo pictórico.
O
pintor impressionista buscou representar a sensação daquilo que via num
determinado momento em que observava seu objeto de interesse. Na maioria das
vezes, procurou pintar ao ar livre, ou seja, fora do estúdio, de maneira que
pudesse observar direta e instantaneamente as particularidades transitórias na
incidência e mudança da luz solar sobre aquilo que pintava. Entretanto, essa
nova forma de olhar, tão revolucionária, não foi compreendida facilmente.
Em
1874, Monet, Degas, Renoir, Sisley, Pissarro e Morisot, entre outros, formavam
um grupo de jovens pintores insatisfeitos com o tradicionalismo pictórico
vigente e aceito até então e faziam a primeira exposição de seus trabalhos nada
comuns. Era a primeira vez que realizavam uma exposição coletiva apresentando a
novíssima proposta estética que buscava capturar a impressão subjetiva de luz,
cor e movimento em suas telas.
Foi
a partir dessa mostra, na qual Monet expôs sua tela intitulada Impressão:
nascer do sol, que o movimento passou a ser conhecido como impressionismo, em
função da análise depreciativa feita pelo crítico do jornal Charivari, Louis
Leroy, que considerou a obra inacabada e publicou artigo pejorativo sobre a
exposição dos impressionistas.
Monet. Impressão:
nascer do sol
É
preciso entender que esse grupo de pintores denominados impressionistas, ao
realizar sua pintura, não criou um manifesto ou algo parecido para determinar
bases teóricas que fundamentariam seus trabalhos. Na verdade, em comum eles
encontraram a disposição que cada um possuía de propor novas perspectivas
estéticas para romper com as amarras das regras acadêmicas.
A
recente tecnologia parecia conspirar a favor do movimento, proporcionando
disponibilidade de cores novas e brilhantes, que, favorecidas pelos pigmentos
artificiais, produziram belíssimos tons de amarelo, verde, e, especialmente,
de azul, todos muito bem utilizados por eles.
Ainda
que cada pintor impressionista tivesse seu modo individual de utilizar as
tintas sobre a tela, era consenso geral a preferência pelo uso do impasto.
De
fato, é possível compreendermos que o impressionismo é muito mais um estado de
espírito do que a organização das técnicas pictóricas influenciando o processo
produtivo desses artistas. Entretanto, os pintores impressionistas levavam em
conta algumas orientações que, resguardadas suas individualidades, caracterizavam
a pintura impressionista. Vejamos algumas caracteristicas:
Pesquisaram
amplamente a luz, a cor e o movimento.•
Utilizaram
a combinação óptica da cor (através do • olhar do apreciador) e não mais a
mistura técnica feita na paleta do pintor. Agora, a tinta é colocada
diretamente sobre o branco da tela, utilizando cores puras, aplicadas em
pequenas e curtas pinceladas.
Suas
figuras não apresentam contornos perceptíveis. • Suprimiram seu uso por
acreditarem que a linha é uma abstração própria do ser humano para simbolizar
figuras e que, no concreto e no real, ela não existe.
Trabalhavam
com muita agilidade, na tentativa de • conseguirem capturar a espontaneidade do
momento desejado.
Os
impressionistas retrataram em suas pinturas os • diferentes efeitos de cor, luz
e movimento que a incidência da luz solar proporciona sobre os objetos e as
cores da natureza, ao longo do dia, capazes de produzir inúmeras faces de um
mesmo cenário.
Utilizaram
novas teorias científicas a respeito da cor. • Interessados no aumento da
intensidade das cores, substituíram o uso do preto, cinza, pardo e terroso por
cores complementares para conseguirem os efeitos contrastantes de sombra e luz
em suas telas. Não aceitavam a ideia de uma sombra ser escura ou preta. Como
exemplo, imagine que, para os impressionistas, a sombra de uma fruta vermelha
precisava ser obtida pela aplicação de tons verdes.
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