Música Classica

1751 a 1810



Conforme dissemos outrora, algumas pessoas às vezes, usam a expressão ‘música clássica’ considerando toda a música dividida em duas grandes partes: ‘clássica’ e ‘popular’, entretanto, para o estudioso ou musicólogo, a ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música composta entre 1751 e 1810.
Música instrumental

A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos complicada que a Romântica e seguintes. Os compositores procuraram realçar a beleza e a graça das melodias. A Orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o cravo e acrescentaram mais instrumentos de sopro.

Durante o Período Clássico, a música instrumental passou a ter maior importância que a vocal. Nesta época criou-se a Sonata. É uma obra com vários movimentos para um ou mais instrumentos.

A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos passam a ser quatro: rápido - lento - Minueto - muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os maiores compositores de sinfonias do Classicismo.

O Concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa orquestral. Tem três movimentos: rápido - lento - rápido.

Muitas obras foram escritas para o piano forte, em geral chamado piano para abreviar. Bartolomeu Cristfori, construtor de cravos italiano, por volta de 1700 já havia concluído a fabricação de pelo menos um destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano grande poder de expressão e abriria uma série de possibilidades novas.

No começo o piano custou para se tornar popular porque os primeiros modelos eram muito precários. Mas, no final do século XVIII o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo piano.

A serviço da alta nobreza, o músico não passava de um criado que, depois de fornecer música para fundo de jantares e conversas, ia jantar na cozinha com os demais empregados da casa. Para agradar seus patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra respeitava e refletia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem vinda se representasse a quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e cumpriu suas obrigações. Mozart não aceitou estes limites e pagou um preço alto pela obstinação em se manter fiel à seus princípios. As cortes o relegaram ao esquecimento e o deixaram morrer como um mendigo. Beethoven foi o primeiro a decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser respeitado como artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico.

Principais Compositores:

  • BACH, Carl Philip Emanuel (1714-88)

Carl Philip foi um desses raros seres humanos para quem os deuses parecem ter socorrido desde o nascimento. Seu pai era nada mais nada menos que Johann Sebastian Bach, e Telemann foi seu padrinho; era dotado de grande calor humano e de talento musical que, mesmo não chegando às fronteiras da genialidade, era suficiente para garantir-lhe uma vida de confortável e rendosa ocupação profissional. Vinte e oito anos serviu como acompanhante ao teclado de Frederico II da Prússia, o rei-flautista, que colecionava e executava novas peças tão avidamente quanto um monarca moderno usaria um gramofone. (C.P.E Bach se queixava das aborrecidas tarefas de incessantemente acompanhar o Rei e de compor peça após peça de música refinada para platéias noturnas refinadas. A longa duração de sua estada naquela corte, entretanto, não parece justificar tal lamentação.) Em 1768 sucedeu a Telemann no cargo de músico residente chefe da cidade de Hamburgo, o que lhe ensejou ampliar o leque de suas atividades de tecladista com a inclusão da música sacra e concertos sinfônicos.

C.P.E Bach chegou a ser um dos mais respeitados solistas da época, tanto assim que seu livro “Ensaio sobre a verdadeira arte de tocar instrumentos com teclado” goza ainda hoje de algum conceito. Sua composição para teclado(note-se que ele se dedicava mais ao pianoforte do que ao cravo) apresenta-se num estilo de transição, a meio caminho entre as suítes de danças de Haydn ou Mozart, que se seguiram a elas. De toda a sua música, apenas as peças sacras(longas, sonoras, pouco inspiradas) são desinteressantes; as composições para instrumento solo, bem como as de câmara e as orquestrais, são bafejadas de vivacidade e competência formal, dignas contrapartidas musicais das comédias de costumes e da pintura formal e bem-posta daquele período.



  • GLUCK, Cristoph Willibald(1714-87). Compositor alemão.

Depois da universidade(onde estudou filosofia e música), Gluck passou dezoito anos em viagens pela Europa, produzindo óperas e espetáculos de cena de todos os tipos, dando recitais de violoncelo e harmônica de vidro. Em 1754 tornou-se o compositor-chefe do teatro Imperial, em Viena, onde criou um grupo de ópera “reformada” com quatro colegas de concepções semelhantes às suas, um dos quais era o poeta e libretista Ranieri Calzabigi. O objetivo principal desse grupo era reverter a ópera a um estilo comparável ao da tragédia grega clássica(para melhor informa-se sobre sua origem, o leitor deve buscar o verbete ópera); em particular, pretendia despojá-la em árias vistosas e de todo e qualquer recitativo para voz e cravo a fim de que se assegurasse um efeito continuamente dramático, ao invés de uma seqüência mal conectada de episódios.

Gluck compôs seis óperas “reformadas”, todas com temas colhidos na mitologia grega, e elas o tornaram um dos compositores mais admirados em toda a Europa de seu tempo. (Ele era particularmente apreciado em Paris, onde as três últimas tiveram as premières.) Seu trabalho abriu caminho para as grandes óperas do século XIX(como, por exemplo, os dramas musicais de Wagner e as obras de Verdi e Puccini); ao contrário dessas óperas cheias de som e fúria, no entanto, as dele são sóbrias e clássicas, muito adequadas aos mitos gregos que se dispôs a representar. Aos amantes de ópera cujo ouvidos se acostumaram com as criações dos compositores da geração seguinte, que ele tanto influenciou, os trabalhos de Gluck por vezes parecem comportados em demasia; para aqueles que apreciam seu estilo, porém, apresentam-se como monumentos de rara elegância e leveza, com a mesma diferença em intensidade e volume como a que há entre um copo de água cristalina e o outro de encorpado vinho tinto.


  • Franz Joseph Haydn

Franz Joseph Haydn nasceu em Rohrau, Áustria, em primeiro de abril de 1732. O pai, Mathias Haydn, era um simples carpinteiro, a mãe, Maria Koller, era cozinheira do palácio do senhor da região antes de casar-se.

Mathias e Maria tiveram doze filhos, dos quais sobreviveram seis: Franzesca, Joseph, Anna-Katarina, Johann-Evangelist e Michael, que também tornou-se compositor.

Eram pessoas simples e virtuosas e amavam a música. Seu pai tocava harpa e sua mãe cantava, mas não tinham educação musical e faziam tudo "de ouvido". Os serões dos pais influenciaram o menino e possibilitaram a revelação de seus dotes musicais, sobretudo uma voz maravilhosa.

Quando Haydn contava seis anos, sua família foi visitada pôr Johann-Mathias Franck, um parente, que era mestre de capela em Hainburg. Necessitava sempre ter à disposição crianças de boa voz para o coro infantil, o que não era freqüente. Mathias Franck ficou muito contente com o talento do garoto e convenceu seu pais a levá-lo para Hainburg, encarregando-se de sua educação.

O pequeno Haydn viveu dois anos na casa de Mathias Franck e esse período não foi dos melhores de sua vida. Era constantemente explorado pôr Franck, que aproveitava todas as ocasiões para exibi-lo. Mas apesar disto, Haydn desenvolveu-se musicalmente, familiarizando-se com os instrumentos da época e aprendendo a tocar vários deles.

Em 1740, quando estava com oito anos, Haydn foi levado para Viena por Georg Reutter, mestre de capela da corte austríaca. Integrou o coro infantil da Catedral de Santo Estevão e morava na escola da catedral.

Neste internato moravam outros cinco alunos que recebiam educação musical, além de estudarem as matérias comuns de outras escolas. As crianças não se vestiam adequadamente e a alimentação era escassa . À fome e ao frio juntavam-se os maus tratos de Reutter. As tarefas eram inúmeras: serviço musical rotineiro da catedral, festas religiosas, procissões. Em vez em quando cantavam em festas da aristocracia, onde podiam saciar a fome e voltar para a escola com os bolsos cheios de doces.

Apesar destes fatores, o talento do menino compositor desenvolveu-se, obtendo da prática diária da música o que não recebera em teoria. Embora fosse talentoso, compondo já suas primeiras obras, Haydn era mantido na escola devido a sua bela voz de soprano menino. Mas a voz muda na adolescência e, no caso de Haydn essa mudança foi decisiva em sua vida. Em 1745 sua voz começa a mudar e Reutter pensa em submetê-lo à castração, a fim de poder contar com seu talento para o canto; mas seu pai se horroriza com a idéia e Haydn escapa deste terror. Seus dias estão contados em Santo Estevão. Uma brincadeira típica de adolescente - Haydn cortou a peruca de um colega - forneceu um pretexto a Reutter para expulsá-lo da escola.

Expulso da Catedral em novembro de 1748 com dezoito anos, Haydn está só nas ruas de Viena, sem um tostão no bolso. Começa a trabalhar fazendo arranjos, tocando em festas e bailes e dando aulas de cravo. Mora em um quarto frio sem fogão. Com o primeiro dinheiro que recebe compra um velho cravo. Desta maneira sobrevive e tem tempo para estudar e compor.

Conhece Niccoló Porpora, famoso professor de canto e começa a trabalhar para ele, acompanhado ao piano seus alunos de canto durante as aulas. Assim ele desenvolve seus conhecimentos em canto, italiano e composição, além de fazer contato com a nobreza. Seu mercado aumentou, recebendo o convite do Conde Maximiliano para ser diretor de música.

A 26 de novembro de 1760 casou-se com Maria Anna Aloysia Keller, uma aluna sua. Foi uma das piores coisas que fez...seca, rabugenta e fútil, pouco lhe importava o trabalho do marido. Algumas partituras de Haydn ela usou como papel de embrulho. O compositor, normalmente tão calmo, chegou a exasperar-se com aquela mulher. Ele pensou até em separar-se dela, mas suportou até o fim. Ela morreu em 1800, sem ter-lhe dado um filho.

Em 1761 Haydn foi contratado pelo Príncipe Anton Esterházy, de quem seria servo até seus últimos dias. Era obrigado a usar libré, a compor tudo o que o patrão quisesse, a resolver todos os problemas entre os músicos de sua orquestra e a cuidar do bom estado dos instrumentos. Embora algumas dessas disposições possam parecer chocantes hoje em dia, eram comuns e não constituíam problemas para um músico, sobretudo para um temperamento como o de Haydn, acostumado a superar obstáculos calmamente, entregando-se ao trabalho. Nos primeiros cinco anos com os Esterházy, o compositor escreveu trinta sinfonias, sem falar nos divertimentos, trios, sonatas, concertos, etc.

Relação importante surgida nesta época foi a que Haydn manteve com Mozart. Os dois encontraram-se pela primeira vez em 1781, quando Mozart mudou-se para Viena. Mozart e Haydn eram profundamente diferentes. O primeiro, emocionalmente instável; o outro, quase sempre tranqüilo e bem humorado. Mozart tinha pouso senso de ordem e não dava importância ao dinheiro; Haydn construiu aos poucos, excelente patrimônio. Além disso, os separava uma grande diferença de idade. No entanto, ligaram-se por sólida amizade e influenciaram-se reciprocamente.

Pelo palácio passavam a alta nobreza européia e todas as figuras importantes da época. Isso fez com que a música de Haydn ficasse famosa e se transformasse em sucesso onde fosse apresentada. Aproximava-se o momento em que o compositor se libertaria,relativamente, de seus patrões.

Em 1791 parte para a Inglaterra, para uma série de vinte concertos em Londres, a convite do empresário Johann-Peter-Salomon. Seus concertos são acolhidos com sucesso; é agraciado com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Oxford.

Mas nem tudo correu bem na Inglaterra. A profecia feita pôr Mozart, quando os dois se despediram em Viena - "Temo, meu pai, que estejamos nos dando o último adeus"- tornou-se realidade: Mozart falece a 5 de dezembro de 1791 e Haydn fica profundamente abalado.

Em 1792 os rivais de Salomon organizam uma série de concertos de Ignace Pleyel, antigo aluno de Haydn, para concorrer com os concertos do compositor. Em resposta, Salomon pede a Haydn que escreva seis novas sinfonias para fazer frente ao desafio. Abalado com a morte do amigo, fatigado com tanto trabalho, Haydn resolve voltar para Viena.

De novo em Viena, o barão Zmeskall apresenta-lhe um jovem promissor de 22 anos: era Ludwig van Beethoven. No auge da fama e sobrecarregado de trabalho, ele não pôde dar ao gênio de Bonn a atenção que ele merecia. Corrigindo-lhe os trabalhos do jovem, Haydn percebe seu grande talento e escreve ao barão, afirmando que aquele compositor iniciante, com o correr do tempo se converteria "num dos maiores músicos da Europa" e que ele se sentiria "orgulhoso de chamar-se seu mestre".

Resolve viajar à Inglaterra novamente "porque ali sou mais famoso do que em meu país".

Final de 1795: de novo em Viena, Haydn traz em sua bagagem as doze Sinfonias Londrinas.

Na entrada do século XIX, Haydn é ainda um homem forte e vigoroso para sua idade. Escreve então algumas obras importantes,como a Missa Harmonia e o Quarteto opus 103, N.83, concluído em 1803. A partir desta época o compositor não tem mais forças. Fraco e abatido, em 1805 corre o boato de sua morte. O bom humor dele continua vivo; Haydn escreve a propósito de um concerto fúnebre em sua homenagem, organizado pôr Cherubini e Kreutzer: "Que festa para mim se pudesse viajar e dirigir eu mesmo a missa!" Haydn falece na madrugada de 31 de maio de 1809.

Obras

84 quartetos para cordas
104 sinfonias
15 concertos para piano e orquestra
8 concertos para violino e orquestra
3 concertos para violoncelo e orquestra
1 concerto para contrabaixo e orquestra
1 concerto para trompete e orquestra
Hino da Alemanha
Oratório "As Estações"
Divertimentos,trios, sonatas, missas,etc.



  • José Joaquim Américo Lobo de Mesquita 
Vila do Príncipe/ MG, 12/10/1746 - Rio de Janeiro / RJ 4/1805)

Compositor e organista brasileiro, considerado o mais importante compositor mineiro do século XVIII. Foi músico da tropa paga para a defesa da capitania de Minas Gerais, com patente de alferes. Estudou música com o padre Manuel da Costa Dantas, mestre de capela da matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Lobo de Mesquita trabalhou como organista para a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo; entre 1784 e 1798 o compositor trabalhou no Arraial do Tejuco (Diamantina), nas igrejas de Santo Antônio e do Carmo.

No Tejuco trabalhou ainda para as Irmandades do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora das Mercês. No ano de 1798 transferiu-se para Vila Rica (Ouro Preto), onde foi diretor de música da matriz de Nossa Senhora do Pilar e da igreja do Carmo. Em 1800 fixou-se no Rio de Janeiro.

Compôs mais de 300 obras, das quais se destacam Antífonas de Nossa Senhora (1787), Te Deum, Ladainha e a Missa em si bemol (1790). Apenas dois manuscritos autógrafos do compositor chegaram aos nossos dias: a Antífona de Nossa Senhora, de 1787, e a Dominica in Palmis, de 1782. Todas as outras obras conhecidas de sua vasta produção aparecem em cópias dos séculos XVIII e XIX. Foi escolhido como Patrono da cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Música.


  • Padre José Maurício Nunes Garcia

Padre José Maurício, nascido no Rio de Janeiro, a 22 de setembro de 1767, filho de pais mulatos, um alfaiate e uma filha de escravos, começou cedo seus estudos musicais. Mário de Andrade assim escreveu a respeito do menino José Maurício: "Arranjou uma viola e a tangeu tanto que acabou descobrindo por si o segredo dos acordes e das harmonias. Repinicava as cordas e se punha a cantar melodias de canções conhecidas".

A música, neste tempo, florecia apenas nas igrejas, o que influiu na vocação sacerdotal do jovem. Apesar de sua grande vontade de vencer as barreiras sociais da época, José Maurício teve sua carreira musical prejudicada após a chegada da preconceituosa corte portuguesa ao Brasil. Nomeado mestre-de-capela e organista da catedral do Rio de Janeiro em 1798, teve também um papel de destaque como professor de música, tendo inclusive como aluno Francisco Manuel da Silva, autor do Hino Nacional.

Escreveu cerca de 400 obras (destas, apenas quatro são profanas), como a Missa em Si Bemol, Missa de Réquiem e Missa Pastoril para a Noite de Natal . 


  • Antonio Saliere

Compositor italiano, mestre da capela imperial em Viena (1788-1824). Chegando de Legnano à capital austríaca, em 1766 tornou-se compositor oficial da corte de José II em 1774 e mestre de capela em 1788. Após a morte do imperador, em 1790, abandonou a direção da ópera porque não manteve boas relações com o seu sucessor, Leopoldo II, mas conservou o seu cargo de mestre de capela até 1824.

Sua ópera L'Europa riconosciuta foi escolhida para inaugurar o Scala de Milão (1778). Nesta época, eclipsava Mozart na capital da Áustria, mas a lenda segundo a qual ele teria envenenado seu rival não tem qualquer fundamento.

Se houve mesmo rivalidade entre os dois compositores, tais escaramuças não ultrapassavam as fofocas de bastidores da corte austríaca. Dois filhos de Mozart (Wolfgang Amadeus Mozart Junior e Franz Xaver Wolfgang) estudaram com Salieri em Viena, após a morte do pai. O compositor italiano foi também o primeiro a escrever uma ópera em parceria com o libretista Lorenzo Da Ponte e o aproximou de Mozart.

Uma de suas últimas obras importantes é Falstaff (1799). Escreveu também música religiosa e diversas páginas instrumentais. Foi professor de Beethoven, Schubert, Czerny, Liszt, Moscheles e Hummel, entre outros compositores importantes da primeira metade do século XIX.


  • Padre Antonio Soler

Antonio Soler Ramos nasceu em 1729, filho de Mateo Soler Mencía e Teresa Ramos Cebrián. Foi batizado em 3 de dezembro deste ano, na paróquia de San Esteban de Olot, recebendo o nome de Antonio Francisco Javier José.

Em 1736 foi admitido, aos seis anos de idade na escola do Monastério de Montserrat, dos monges beneditinos, onde teve como mestres de música os padres Benito Esteve e Benito Valls.

Em 1752 torna-se organista no Monastério de El Escorial, sendo um dos mais notáveis organista de seu tempo. Neste mesmo ano, aos 22 anos de idade, é ordenado, no dia 25 de setembro. Além de suas obrigações como monge Jerônimo, suas tarefas como músico consistiam em compor novas obras para as datas importantes do ano litúrgico.

Logo foi enviado à Madri, para continuar seus estudos musicais com José de Nebra, vice maestro da Capela Real e restaurador dos arquivos musicais. Em seguida, tornou-se aluno de Domenico Scarlatti, músico da corte e mestre de cravo de Dona Maria Bárbara de Bragança, esposa de Fernando VI. Scarlatti foi uma personalidade que marcou a evolução musical de Soler, cuja influência é percebida em sua técnica ao cravo, na forma e harmonia de muitos de seus trabalhos para instrumentos de teclado. Nesta época torna-se professor dos filhos do casal real.

Soler é descrito como um homem culto, profundo conhecedor de Latim, muito afável, de espírito sensível e profundamente religioso. Muito humilde, recusou-se a ser retratado para a galeria dos músicos ilustres, postura que nos impediu de conhecer o seu rosto.

Sua saúde sempre havia sido frágil e, ao se aproximar dos cinqüenta anos, freqüentemente é internado na enfermaria do Monastério. Em 1783, sente-se mais uma vez doente e seu estado se agrava com rapidez. Morre às cinco e meia da manhã do dia 20 de dezembro, aos 54 anos de idade, ser ter tido tempo de receber a extrema unção.

Soler é considerado um dos maiores compositores da Espanha. É autor de 334 obras vocais, a maioria litúrgica, com texto em Latim tais como missas, hinos, motetos e lamentação e também numerosos villancicos.

Compôs 128 villancicos, que consistem em suítes de cantatas dramáticas, vivas e alegres, que contém árias à moda italiana e melodias espanholas de inspiração popular, escritas para solista e coro. É autor de 31 peças para cena, tais como autos e comédias.

Suas composições mais conhecidas são suas sonatas para cravo em número de 120 aproximadamente, onde é percebida a influência de Scarlatti. Grande parte destas sonatas é escrita em apenas um movimento, como as de Scarlatti, mas cerca de vinte delas possuem três ou quatro movimentos e uma fuga final: são as que pertencem à sua última fase como compositor, a partir de 1766. Todos os movimentos estão em uma mesma tonalidade, como em uma suíte.

Compôs peças para órgão e música de câmara, além de ser autor de tratados teóricos e técnicos, como o polêmico Llave de la Modulacion y antigüedades de la música", publicado em 1762.


  • Muzio Clementi

O primeiro mestre de música de Clementi foi o organista Buroni, com quem teve aulas de piano e harmonia. Mais tarde, estudou contraponto e canto com os mestres Carpani e Santarelli. Aos 12 anos, Clementi compôs o oratório Martirio dei gloriosi santi Girolamo e Celso.

Aos 14 anos despertou grande impressão em F. Bedford, que o levou para a Inglaterra, onde Clementi conseguiu, em pouco tempo, fama como concertista e professor.

Em 1780 ocupou o cargo de cravista e diretor da orquestra da Opera Italiana de Londres. No ano seguinte realiza sua primeira tournée por Munich, Strasbourg e Viena. Após percorrer a frança e Suiça, retorna à Londres, associando-se a uma fábrica de pianos e a uma editora.

Paralelamente à estas atividades, Clemente era um excelente professor, formando alunos que depois tiveram muito renome, como Cramer, Field, Moscheles e Kalkbrenner.

Falece no dia 10 de março de 1832, em sua propriedade de Evesham, perto de Londres, sendo sepultado no clautro da abadia de Westminster.

Suas obras principais são constituídas por: 106 sonatas para piano, o método para piano Gradus ad Parnassum, as famosas sonatinas Op. 36 e 38, sinfonias, overtures, etc.

Fonte:http://www.oliver.psc.br/musica/historia.htm#MÚSICA CLÁSSICA



Vídeo_______________________________
______________Música no período Clássico

Fonte Vídeo: Youtube

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