Música Medieval

Até cerca de 1450

Durante muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, até que se inventou um sistema de escrita. Por volta do século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido d’Arezzo (995 - 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano.

A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também ao monge Guido d'Arezzo e encontra-se numa melodia profana, hino que os meninos cantores entoavam ao padroeiro dos músicos São João Batista, para que os protegesse da rouquidão, cada linha da qual começava com uma nota mais aguda que a anterior. Associou à melodia a um texto sagrado em Latim, cuja primeira sílaba de cada linha podia dar o nome de cada nota da escala musical.

Ut queant laxit  
Ressonare fibris 
Mira gestorum 
Famuli tuorum 
Solvi polluti 
Labii reatum 
Sancte Ioannes


Cuja tradução é: Para que nós, servos, com nitidez e língua desimpedida, o milagre e a força dos teus feitos elogiemos, tira-nos a grave culpa da língua manchada São João.

Durante o século XIX, o sistema de Guido foi adaptado para transformar-se no sol - fá tônico dos nossos dias, e usado para ensinar não músico a cantar música coral. Foi nessa época que alguns tons foram reformulados de modo a facilitar o canto. Ut tornou-se DÓ e SA tornou-se SI (iniciais de Sancte Ioannes)

O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras composições em estilo coral.

Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção, composta pelos trovadores, poetas e músicos do sul da França e Itália.
As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas por dois instrumentos, com um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, instrumentos de percussão ( triângulos, sinos, tambores).


Principais Compositores

  • LÉONIN(1163/1201)

Desde o início da construção da catedral de Notre Dame, em 1163, Paris tornou-se um importante centro musical. Nesta cidade, as partituras de organum alcançaram um elevado estágio de elaboração, graças a um grupo de compositores pertencentes à "Escola de Notre Dame". Apenas o nome de dois destes compositores chegou até nossos dias: o de Léonin e o de Pérotin.

Léonin foi o primeiro mestre do coro da catedral e escreveu muitos organa ( plural de organum). O organum é a primeira manifestação da música polifônica, com duas ou mais linhas melódicas. As primeiras composições neste estilo (sec. IX) eram formadas por um cantochão (vox principalis), ao qual era acrescentada uma outra voz, em um intervalo de quarta ou quinta superior, chamada de vox organallis, duplicando a voz principal.

  • PÉROTIN

Compositor francês, a quem se atribui a criação da polifonia a quatro vozes. Pérotin foi o sucessor de Léonin e trabalhou em Notre Dame de 1180 até cerca de 1225, na função de mestre de coro. Revisou muitos organa anteriores e fez modificações nas partituras, a fim de deixá-los mais modernos. Pérotin enriqueceu estes organa, acrescentando-lhes mais vozes. Assim, a um organum duplum, ele poderia acrescentar uma terceira voz ou até mesmo uma quarta voz.

  • GUIDO D'AREZZO

O emprego como músico de igreja não impedia a composição profana, entretanto, sem a nomeação para a capela de uma corte ou fundação eclesiástica, nenhum músico plebeu podia aspirar ao sucesso.  
Um músico assim era o monge Guido, mestre de coro da Catedral de Arezzo na Toscana e encarregado do coro da escola por volta de 1030. Conhecendo certamente os progressos musicais, e sendo ele próprio um músico inventivo, concebeu um sistema para aprender música de ouvido. Descobriu uma melodia profana, hino que os meninos cantores entoavam a São João, para que os protegesse da rouquidão, cada linha da qual começava com uma nota mais aguda que a anterior. Associou à melodia a um texto sagrado em Latim, cuja primeira sílaba de cada linha podia dar o nome de cada nota da escala musical. Em seguida, fixou cada mnemônica num esboço da mão humana:  

Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labi reatum
Sancte Ioannes

Cuja tradução é: Para que nós, servos, com nitidez e língua desimpedida, o milagre e a força dos teus feitos elogiemos, tira-nos a grave culpa da língua manchada São João.

Cada articulação da mão de Guido foi associada a um intervalo da escala, de tal modo que os meninos do coro de Arezzo sabiam exatamente qual nota deveriam cantar: Guido afirmava que assim se poderia aprender música em apenas alguns dias, em vez de levar várias semanas. Solfège ou solfeggio (solfejo), como o sistema ficou conhecido, foi rapidamente adotado pelos estudantes de canto para a memorização de exercícios vocais. Durante o século XIX, o sistema de Guido foi adaptado para transformar-se no sol-fá tônico dos nossos dias, e usado para ensinar não-músico a cantar música coral. Foi nessa época que alguns tons foram reformulados de modo a facilitar o canto. Ut tornou-se dó, Sa tornou-se si (iniciais de Sancte Ioannes)
Guido d'Arezzo também escreveu bastante acerca do novo sistema de notação usando uma pauta com várias linhas, onde o fá e o dó eram especialmente assinalados com tinta colorida para marcar o tom. A mão de Guido e seu sistema depressa floresceu e encorajaram outros compositores a fazer música mais elaborada e interessante.

  • GUILLAUME DE MACHAUT ( Machaut 1300 / Reims 1377)


Compositor e poeta francês. Cônego da catedral de Reims, foi secretário de João de Luxemburgo, rei da Boêmia. Sua obra musical é considerada um dos pontos culminantes da arte do século XIV. Guillaume de Machaut é autor de poemas líricos, baladas, danças, motetos e da famosa Messe Notre Dame, a primeira missa polifônica.
Guillaume de Machaut é considerado o maior músico da Ars Nova , período que compreende toda música composta entre 1300 até 1600. O estilo da Ars Nova é mais expressivo e refinado, seus ritmos mais flexíveis e a polifonia mais evoluída.

  • JOHN DUNSTABLE (1385 / Londres 1453)


Compositor, astrônomo e matemático inglês. Foi o incentivador da Ars Nova na Inglaterra. Sua produção é principalmente religiosa: Motetos, hinos, antífonas e missas. Depois de esquecido durante séculos, foi valorizado modernamente pela sua qualidade de invenção melódica. Em sua obra destacam-se os motetos Veni Sancte Spiritus e Quam pulchra es.

Fonte: http://www.oliver.psc.br/musica/historia.htm#Música Medieval


  • Vídeo

Vídeo retirado do Youtube em 17/03/2015.


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